Harmonização Pascual Toso e Steak au poivre
Semanas atrás, a Rafaela e o Claudio (do blog Le Vin Au Blog - link na lista de Blogs favoritos) propuseram uma harmonização com vinho e comida. Seria uma oportunidade de promover a interação entre blogs com a facilidade de trocar impressões de forma virtual. Combinamos de postarmos no mesmo dia.
Eles indicaram o vinho Pascual Toso Reserva Malbec 2004. Deixaram o prato por nossa conta.
Sugerimos um clássico Steak au poivre, pois a proteína da carne vermelha equilibraria com os taninos e estrutura da uva malbec. O molho à base de creme de leite repetiria os aromas lácteos do vinho, além de conter um pouco o frutado expansivo desta variedade. A escolha do prato foi baseada em teoria, uma vez que nunca havíamos degustado este vinho.
Steak au poivre:
6 steak de 150g cada (miolo de alcatra ou filé mignon)
1tbsp de pimenta do reino verde
pimenta do reino a gosto
sal a gosto
1cup de creme fresco
1tbsp de cointreau
2tbsp de óleo
60g de manteiga
Doure os filés em metade da manteiga com o óleo. Salgue e junte pimenta do reino. Retire da frigideira e deglaceie com cointreau e flambe. Junte o creme e a pimenta verde. Cozinhe um pouco para reduzir. Acerte sal e sirva sobre os filés. Acompanhe com batata frita (usamos com casca cortada em palitos e frita com duas cocções).
O vinho apresentava pouca evolução (mesmo sendo 2004), com aromas intensos típicos da malbec (ameixa, amora, violeta, grafite, laranja confitada), com forte presença de carvalho, médio para bem encorpado, acidez adequada, média presença de taninos porém bem polidos, final e retro com maior presença da madeira (baunilha).
Harmonização: na prática acreditamos que a harmonização funcionou, os dois, de certo modo, melhoraram. Apenas algumas considerações para potencializar o resultado: usamos o escalope de miolo de alcatra, um filé alto daria mais corpo ao prato; o molho sem correção de sal (apenas salgando a carne e deglaceando a frigideira sem usar mais sal) seria menos agressivo com o vinho (O sal ressaltou o álcool. Deixando o molho com a vertente adocicada do cointreau a combinação ficou melhor); outra curiosidade é que os aromas da pimenta verde foram amplificados na presença do vinho (para quem não gosta muito da pimenta do reino verde, diminua-a) e; uma boa quantidade de molho sobre a carne equilibra mais com o vinho (pois ele detém um pouco o forte ímpeto frutado).
Demoramos um pouco para conseguir achar este vinho em São Paulo (já havia esgotado na importadora e em várias lojas/empórios). Depois tivemos um contratempo com o computador, mas finalmente resolvido! Esperamos que eles não desistam de repetir a brincadeira (e que abra o precedente com todos que quiserem participar).
Postado por Marcel Miwa e Nina Moori.
Comentários
Atrasamos um pouco para postar mas nossos comentários estão lá.
Madeira e baunilha praticamente não existiam na nossa garrafa (fomos beber esperando por isto), realmente foi uma surpresa. Adoramos o prato! Nosso molho ficou bem diferente (pela foto) do de vcs...será que fizemos algo errado? Com relação a harmonização, concordamos com os comentários de vocês. Adoramos a experiência, nos divertimos bastante e adoramos a "harmonização dos blog". Podemos iniciar já a pensar como será a nossa segunda edição...
Abs.,
Beijocas.
Bjs.
vcs andam caprichando hein?
Coitadas de nós, pobres mortais que só vêem através da tela =(
no dia que inventarem PC com cheiro, aí eu morro mesmo, hahaha
Mas agora só uma dúvida: vi uma vez num programa de televisão a cozinharem o bife (ou filé) previamente na manteiga ou óleo e só depois temperar com o sal porque segundo o que ouvi, o sal retira a água da carne. Ora, eu tenho feito isso (tal como a Nina fez) e realmente o bife fica bem suculento mas depois fica um bocadinho sem sal...é mesmo assim?
Beijos
Bjs,
Débora
Tô salivando até agora... :)
não costumo fazer muita batata frita em casa, mas quando faço prefiro com casca (acho que dá mais textura e sabor). Frito em duas etapas: na primeira o óleo é menos quente (para cozinhar) e na segunda, é mais quente, para fritar e dourar.
Rafaela e Claudio,
Fizemos os escalopes em panela muito quente, dourou mais, por isso na hora de deglacear, ficou mais escuro. Mas o de vcs está corretíssimo: filé alto e boa quantidade de molho!
Curioso é que independente das percepções individuais, o resultado até que foi bem semelhante.
Podem sugerir o vinho para a próxima. Quando estiver tudo decidido, "abrimos" para os blogs que quiserem participar!
Marizé, o Ribatejo possui ótimos produtores (provamos os da Quinta da Lagoalva de Cima e os da Quinta do Alqueve). Independente de achar que não percebe muitos aromas, o importante é agradar o teu paladar.
Obrigado Elvira! Esperamos que continue apreciando as próximas brincadeiras de harmonizar...
Sheila, o dia que computador tiver cheiro, estamos todos perdidos! Imagina sentir os perfumes de todas as receitas que vejo nos blogs e sites...
Migas, eu costumo colocar um pouquinho de sal antes da cocção e acertar depois. Também é importante aquecer bem a panela/frigideira para que o bife não cozinhe demais e perca a suculência (assim doura por fora e continua macio por dentro).
Débora, trocamos o cognac por cointreu na receita porque lemos no site do produtor que existia alguns aromas cítricos no vinho. Usamos o licor para tentar repetir o aroma no prato.
Marcia, participe na próxima vez!
Semente de sésamo, nós gostamos do resultado e parece que a Rafaela e o Claudio tbm!
bjo e abs,
Marcel e Nina.
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